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Um fora já na primeira balada


Pensem como quiser, mas coincido com uma das mais batidas verdades criadas por Vinicius de Moraes. No caso, troco o gênero, mas mantenho a premissa: "Os muito feios que me perdoem, mas beleza é fundamental". Gosto, sim, de admirar gente bonita. Serei atraída, sim, pelo mais belos espécimes masculinos. E, nesse caso, a definição de boniteza passa a ser tão pessoal quanto o encanto com o qual cada um foi presenteado. O que fisga meu olhar pode ser o oposto do que chamaria a atenção do seu. Aliás, melhor ainda que funcione nessa harmonia: alvos diversos para gostos diferenciados.

Desde que aterrissei em terras espanholas, não paro de esbarrar com gente linda. Homens e mulheres. Jovens e crianças. Senhores e senhoras que não tiveram os traços benfeitos escondidos pelas rugas. Gente loira e morena. De olhos escuros ou em tons de azul que nunca vi antes. Resultado do verão recém-findo, essa gente ainda exibe a pele bronzeada por uma cor de variação alaranjada que deixa todo esse contraste ainda mais admirável.

Ao caminhar na praia, suspiro a cada passo ao lado de sarados que correm; de turistas estilosos; de mochileiros que parecem fazer cena para serem fotografados para uma campanha de revista. Por outro lado, é um árduo exercício de autoestima dividir espaço com mulheres que, mesmo sem maquiagem ou despenteadas, continuam parecendo modelos prestes a entrar em uma passarela. Ou, vai saber, ter acabado de sair de uma delas. E assim tem sido minha última semana: admiro os homens, invejo as mulheres e tento domar meu cabelo quando chego em casa, que é o que me resta fazer.

Paquera mesmo, qualquer affair, que é bom, não rolou nada. A primeira tentativa, aliás, foi bem frustrada, mas ao menos engraçada. Com um casal de amigos brasileiros, fui conhecer a noite de Barcelona, aquela que é famosa justamente por acabar, de fato, quando o dia chega. E, claro, sobrava gente interessante em todas as partes desse cenário. Entretida, em uma espécie de avaliação quase antropológica, eu avaliava turistas e nativos. Bonitos de passagem e moradores que enfeitam permanentemente essa cidade. Lindos sentados nas cadeiras ao lado e os mais lindos ainda que nos serviam.

Aliás, não sei se é pré-requisito indispensável por aqui, mas "ser gato" parece ser uma das regras para ocupar o posto de garçom nos restaurantes badalados e nas boates catalãs. É uma paixão que surge a cada drinque entregue. Na minha estreia noturna, um loiro de traços finos, braço de veias saltadas e postura de quem sabe que mexe com o imaginário alheio, era um dos que coordenavam as idas e vindas das bandejas. Até me esforcei para que ele me dedicasse uma piscadinha, mas nada.

Comecei a entender que voltar para a pista, em terra de beldades, pode ser bem mais desgastante, e infrutífero, do que parece. Mas a noite prometia diversão já pela companhia, pela música e pelo simples fato de estar em Barcelona.

Na boate, logo meus amigos bem relacionados conseguiram um lugar entre os VIPs. E mais uma vez, um bonitão veio nos servir uma vodca que custava um quarto do meu orçamento destinado ao mês, agora pago em euro. Mas como não tenho apreço pela bebida russa e o valor a ser pago por ela não sairia do meu bolso, eu queria mesmo era dançar, admirar a paisagem e, se possível, arrancar um sorrisinho do belo narigudo, dessa vez moreno e igualmente bem dedicado a cuidar do corpo e da aparência, que cuidava de nossa mesa.

Amável falastrão, meu amigo brasileiro estava dedicado a me dar uma forcinha e deu a dica para o moço. Contra a minha vontade, mas sem a minha resistência, fez papel de cupido. A sensação de voltar a uma situação tão típica da adolescência era boa e a situação não deixava de ser engraçada. Ainda interpretando meu papel de antropóloga da noite catalã, deixe. Foi quando meu amigo voltou, dobrando o corpo de mais de 1,80m de tanto rir. O lindo que mirei mandou um recado: "Uma garota adorável, mas não gosto de mulheres!"

Me restou gargalhar com meus amigos. Pena para mim e para as outras que perderam a chance de despertar o interesse daquele belo espanhol. Sorte a minha que tenho na vida esse casal querido, que me proporcionou a noite mais divertida, do que espero ser a primeira, que tive aqui Barcelona. Sozinha ou acompanhada.


DICAS DE COZINHA

DA SARA!

#1 

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#2

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#3

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